Mês: junho 2013
Pan-africanismo e negritude
Sob o signo de tornar a África visível com objeto de conhecimento, proferiu hoje Elísio Macamo uma intervenção no painel de refelxão “Pan-africanismo no processo de produção de Ciência Social em África.
Defendeu a necessidade de olhar para as raízes do pan-africanismo, anteriores à emergência da ideia negritude com Leopold Shengor nos anos quarente do século passado.
O Tema pan-africanismo é discutido na passagem do século XIX para o XX em três congressos Pan-africanisas (Paris, Londres e São Francisco). Nessa época, onde a construção dos Estados de Homens Livres na Libéria e Costa do Marfim, o Pan-africanismo emerge como uma proposta política.
Desta relevância do Político sairá a linha do Pan-africanismo que influenciará a produção da Ciência Social em África, que terá sempre em linha de conta a ideia de ação política como projeto. Que levará entre outras questões à constituição da OUA, em 1963, em simultâneo com outras ideias de aglutinação regional (como por exemplo o pan-arabismo). Por essa razão, o Pan-africanismo, enquanto projeto, acabará por ficar ancorado na ideia do Estado como ator.
Um segunda dimensão do Pan-africanismo hoje discute-se no domínio da Filosofia. A discussão da filosofia africana, da maneira específica de pensar e produzir conhecimento a partir de África . Há quem defenda a existência duma filosofia Bantu. O que é neste domínio relevante é que o debate sobe a africanidade é um raíz constitutiva.
Numa terceira dimensão, também política situam-se as dimensões das expereincias africanas ensaiadas nos anos sessenta. a Ujumma na Tanzânia, o Socialismo africano, as experiências do Kenya e do Gana, a maioria delas falhadas como projetos, mas que assumiram África como entidade política. Essa experiências criaram uma agenda de investigação que marca a emergência das ciências sociais e que acabaram por ser constituitivas dos Estudos Africanos.
Nesse sentido a relação entre o Pan-africanismo e as Ciências Sociais pode ser entendido como um processo histórico.
InKietude – Fotografia de JORGE MARTINS, 5 JULHO » Livraria-Galeria Municipal Verney
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Empires of the monsoon
Richard Seymour Hall , London : Harper Collins, 1998.